• A Reconstrução dos Conhecimentos na Educação Escolar de Jovens e Adultos e a Organização do Trabalho Pedagógico
    v. 4 n. 29 (1995)

    Investigar a docência e procurar concretamente articular a prática à teoria revelouse campo fértil na formação de professores e fonte inspiradora de estudos nos cursos que os formam. A pesquisa em docência pode alterar a formação do professor da maneira como vem sendo feita, pois favorece reflexões continuadas sobre as possibilidades e os limites presentes na educação escolar – no caso desta pesquisa, na educação escolar de adultos com pouca escolarização. Assim, foi seu objetivo investigar continuamente situações naturais de sala de aula envolvendo resolução de problemas matemáticos. O universo da pesquisa foi constituído por alunos e professores do Programa de Educação de Adultos (PEA) da Faculdade de Educação da USP, que construíram o desenvolvimento da investigação. Os alunos adultos foram analisados quanto a seus desempenhos cognitivos expressos pela oralidade ou pela escrita na resolução de problemas. Constatou-se a relevância do processo de escolarização para o avanço no domínio dos registros formais da Matemática desejado pelos alunos, dado seu prestígio e uso na sociedade em geral. Descobriu-se, também, analisando os alunos do PEA, de classes iniciais, intermediárias e finais, funcionários do campus com pouca escolaridade, em seus setores de trabalho, que eles não são orientados a usar os registros formais aprendidos na educação escolar. O trabalho parece bastante mecânico e rotineiro, sem intervenção no processo de desenvolvimento – existe apenas cobrança de resultados e conseqüentes punições. No entanto, os alunos convivem com estruturas operatórias construídas espontaneamente em suas vidas cotidianas e, posteriormente, com os registros formais apresentados pela educação escolar. Eles optam por utilizar um ou outro, dependendo da situação social em que estiver inserido, mas convivem com os dois. Os professores usualmente desconhecem a heterogeneidade de estilos cognitivos, avaliam os sujeitos como incompetentes e com dificuldades para aprender, subestimando seus potenciais cognitivos. E, sendo assim, a organização do trabalho pedagógico deixa de ajudar os alunos a reconstruírem os conhecimentos; muitas vezes necessitam apenas nomeá-los, pois já os internalizaram com a própria vivência. A complexidade cognitiva envolvida na construção/reconstrução de conhecimentos através da educação escolar sugere estudos aprofundados. Redimensionar os conteúdos escolares, aproximá-los mais do vivido dos alunos, é ponto de partida para uma relação dialógica que favoreça a dinâmica dessas articulações. 

  • Educação Superior no Brasil: análise do histórico recente (1994-2003)
    n. 36 (2008)

    Objetiva analisar as informações históricas recentes contidas nos bancos de dados do Inep, organizadas em conjunto de tabelas, elaboradas pelo órgão e nomeadas como Mapa da Educação Superior. O texto doi dividido em quatro partes:

    1) Introdução: expõe breve cenário sobre a educação superior no Brasil e no mundo;

    2) Panorama do histórico recente da educação superior brasileira: aborda o contexto evolutivo da educação superior no Brasil entre os anos de 1994 e 2003, considerando a legislação vigente;

    3) Análise do Mapa da Educação Superior: apresenta uma análise descritiva dos dados constantes no Mapa;

    4) Conclusão e considerações finais: aborda as implicações práticas da análise do Mapa frente ao contexto histórico da educação superior brasileira.

  • Mapa do Ensino Superior Privado
    n. 37 (2008)

    Apresenta a visão da educação superior brasileira, enfatizando o setor privado que a compõe. O estudo consta de duas partes. A primeira consiste numa síntese histórica da educação superior brasileira, com destaque para sua face privada, pois alguns elementos permitem compreender e explicar muitos aspectos desse nível de educação no momento atual. A segunda parte apresenta os dados mais recentes (2004) obtidos de todo o sistema, analisando-os segundo: instituições, cursos, vagas, matrículas, concluintes, professores e opiniões dos estudantes da educação superior brasileira.

  • Perfil Profissional Docente no Brasil: Metodologias e Categorias de Pesquisas
    n. 40 (2015)

    O estudo compara e analisa as pesquisas sobre o perfil dos docentes de educação básica no Brasil, realizadas na última década (2004-2014), e formula críticas e sugestões para o desenvolvimento de instrumentos de pesquisa sobre o tema. Inicialmente, descreve e expõe sinopticamente os relatórios de cinco surveys, focalizando seus objetivos, concepções dos sujeitos da pesquisa, temas e metodologias utilizadas. Em seguida, detalha transversalmente os surveys, analisa, discute e problematiza as categorias constitutivas do perfil profissional docente, bem como as metodologias utilizadas e, por fim, elabora um quadro conceitual crítico das categorias constitutivas desse perfil.

  • A avaliação da EJA no Brasil: insumos, processos, resultados
    n. 39 (2015)

    Esta publicação resulta de projeto financiado pelo Inep e desenvolvido pela Ação educativa e busca contribuir para o aprimoramento da cultura avaliativa no campo da Educação de Jovens e Adultos (EJA), não só em termos de avaliação de resultados, mas também em termos de insumos e processos necessários para que os resultados educacionais sejam alcançados.

  • Perfil do Professor da Educação Básica
    n. 41 (2018)

    Apresenta um perfil do professor da educação básica no Brasil, com dados extraídos do Censo da Educação Básica dos anos 2009, 2013 e 2017. São analisadas características demográficas, do contexto de trabalho e da formação do docente. O estudo demonstrou que os professores típicos brasileiros em 2017 são mulheres (81%), de raça/cor branca (42%) ou parda (25,2%), com idade média de 41 anos, alocadas, prioritariamente, nas etapas iniciais da educação básica. Uma minoria declarou ser portadora de necessidades especiais (0,31% em 2017). A escolaridade do professor é predominantemente de nível superior em todas as etapas de ensino – sendo que a maior parte é em licenciatura. Dos graduados, 36% são portadores de títulos de pós-graduação lato ou stricto sensu. A maior parte dos professores é concursada e leciona em apenas uma escola, 38% em uma única turma e 40% ministra uma única disciplina. Espera-se que este trabalho possa subsidiar discussões a respeito do corpo docente do País, que contribuam para o processo decisório das políticas públicas, de forma a superar os problemas relacionados ao trabalho docente e à valorização dessa categoria profissional.

  • Filosofia no Enem 1998-2018: um panorama da cobertura de filosofia no exame à luz dos documentos norteadores ao longo de 20 anos
    n. 42 (2022)

    Este número 42 da Série Documental – Relatos de Pesquisa, intitulado Filosofia no Enem 1998-2018: um panorama da cobertura de Filosofia no exame à luz dos documentos norteadores ao longo de 20 anos, sintetiza os principais resultados obtidos em estágio de pós-doutorado realizado sob a supervisão da professora Dra. Wivian Weller, com o Grupo de Pesquisa Gerações e Juventude (Geraju) e a linha de pesquisa Estudos Comparados em Educação (Ecoe), na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (FE/UnB). Esse projeto de pesquisa teve como objetivo atualizar e aprofundar os resultados de um estudo desenvolvido pela autora em 2012 como parte de uma parceria entre a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), publicado posteriormente pelo Inep em 2015, com o título Filosofia no Enem: um estudo analítico dos conteúdos relativos à Filosofia ao longo das edições do Enem entre 1998 e 2011. Por meio de uma análise quantitativa e qualitativa da evolução da cobertura de itens de Filosofia ao longo de 20 edições, esta investigação aponta desafios e possibilidades que o exame oferece à implementação dos referenciais curriculares. Este trabalho ganha particular relevância neste momento, tendo-se completado 10 anos da obrigatoriedade da Filosofia no ensino médio (2008-2018) e 20 anos do Enem (1998-2018), além da recente publicação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em dezembro de 2018 e da reforma do ensino médio.

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