O texto defende as seguintes compreensões:
1) O ato de avaliar sempre é qualitativo, à medida que configura o modo de o sujeito atribuir qualidade à realidade investigada, tendo por base compreensões epistemológicas; por isso, não faz sentido utilizar a expressão “avaliação qualitativa”.
2) O ato de avaliar, em si, não inova; quem inova é o gestor, o sujeito da decisão; no caso, a avaliação subsidia o gestor em atos decisórios e inovadores.
3) A avaliação é um ato de investigação da qualidade da realidade, à semelhança da ciência, que é um ato de investigação do modo como a realidade funciona; por isso, os resultados dos atos investigativos devem estar assentados em dados da realidade.
4) Existe um modo intuitivo de praticar atos avaliativos, denominados, comumente, de feeling: uma capacidade adquirida mediante larga experiência do sujeito em determinados campos da ação humana.
5) Existe também um modo de praticar a avaliação com rigor metodológico, que se serve do feeling, mas está além dele.
6) Ambos os modelos de prática avaliativa dão suporte ao gestor (aquele que decide) para que possa tomar as decisões mais justas e acertadas.
7) No caso da educação, importa que a avaliação ocorra em todas as instâncias: de aprendizagem, institucional e de larga escala. A avaliação do sistema de ensino começa na turma de estudantes e vai até o sistema nacional como um todo; tanto o estudante quanto o sistema podem contribuir para as fragilidades ou para os sucessos nos resultados.
8) Para se praticar atos avaliativos, que implicam relações interpessoais, importa que se tenham presentes as questões da maturidade emocional dos envolvidos e dos cuidados éticos;
9) O ato de avaliar, por ser subsidiário de uma ação, está comprometido com o projeto de ação que se tenha.