Raciocínio Lógico e Escolarização
Resumo
O objetivo deste estudo foi investigar o efeito do modo de faz-deconta, formas de silogismos e tipos de fatos, no desempenho de crianças inglesas de 5 anos de idade, escolarizadas, de nivel sócio-econômico (NSE) médio e de crianças brasileiras de 5 anos de idade, nao escolarizadas de NSE baixo. Os resultados mostraram que as crianças, independentemente se escolarizadas ou nao, produziram maior número de respostas corretas e maior número de justificativas teóricas na condição de brincadeira de faz-de-conta do que na condição verbal comum. Este efeito foi especialmente marcante para os fatos desconhecidos e para os fatos contrários às experiências das crianças. Este padrão foi mantido para ambas formas de silogismos, embora em geral o desempenho das crianças nos problemas envolvendo Modus Ponens tenha sido mais acurada do que nos problemas envolvendo Modus Tollens. As crianças não-escolarizadas obtiveram menores escores do que as escolarizadas. No entanto, esta diferença não foi tão forte como aquela relatada por Scribner (1977) onde as crianças não-escolarizadas obtiveram baixos escores adotando um viés empírico. Em nosso estudo, apesar das crianças não-escolarizadas terem freqüentemente recorrido a justificativas arbitrárias, puderam recorrer a uma atitude teórica quando a condição de faz-de-conta foi adotada. Abstract The main aim of this study was to investigate the effect of makebelieve mode, form of syllogisms and type of fact in 5-year-old schooled children from medium SES families in England and in non literate 5- year-old unschooled children from low SES families in Brazil. This study was a test of the claim that schooling is a pre requesite for deductive reasoning. The results showed that children, English or Brazilian, produced more correct responses and theoretical justifications in the makebelieve play condition than in the standard verbal mode. This was especially true for unknown facts and contrary facts. This pattern held for both form forms of syllogism, although in general children 's performance on Modus Ponens inferences was more accurate than on Modus Tollens inferences. Unschooled children s performance was poorer than schooled children s performance. However, this difference was not so strong as that found in the studies reported by Scribner (1977) where unschooled children performed at chance level, adopting the empirical bias. In this study, the unschooled children, although they very often appealed to arbitraty justifications, could adopt a theoretical attitude when the makebelieve mode was used. Résumé Ce travail de recherche a eu comme objectif principal l'investigation de Ì'effet du mode faire-semblant, des formes de syllogisme et des types défaits sur la réussite d'enfants anglais de cinq ans, scolarisés, niveau socio-économique moyen, et d'enfants brésiliens de même âge, nonscolarisés et de bas niveau socio-économique. Les résultats indiquent aue les enfants, scolarisés ou non, ont produit un plus grand nombre de réponses correctes, ainsi que de justificatives théoriques dans la condiction experimentale faire-semblant, par rapport à la condiction verbale commune. Cet effet a été plus net en ce qui concerne des faits nconnus et des faits contraires aux expériences des enfants. Ce résultat a été observé pour ¡ es deux formes de syllogisme étudiées, quoi que, en général, le nombre de réponses correctes a été plus important chez les enfants travaillant avec des problèmes em Modus Ponens, par raport à ceux travaillant sous modus Tollens. Les enfants non-scolarisés ont obtenu des scores plus bas que ceux des enfants scolarisés. Néanmoins, cette différence n 'a pas été aussi forte que celle mentionnée par Scribner (1977), qui a pu constater des scores bas chez des enfants non-scolarisés adoptant un biais empirique. Dans notre étude, bien que les enfants nonscolarisés aient fréquemment fait appel à des justifications arbitraires, ils ont, d'autre part, eu recours à une attitude théorique quand la condiction faire-semblant a été proposée. Resumen El objetivo principal de este estudio fue investigar el efecto del modo de fingir formas de silogismos y tipos de hechos en el rendimiento de niños ingleses de 5 anos de edad, escolarizadas, de NSE médio y de linos brasileños de 5 anos de edad, sin escolaridad de NSE bajo. Los resulados mostraron que ¡os niños, independientemente de si eran escolarizados o no, producían mayor número de respuestas correctas e mayor número de justificativas teóricas en la condición del juego de fingir que en la condición verbal común. Este efecto fue especialmente marcante para los hechos desconocidos y para los hechos contrários a Ias experiencias de los ninos. Este padrón fue conservado para ambas formas de silogismos, no obstante, en general el rendimiento de los ninos en los problemas envolviendo Modus Ponens haya sido mas preciso que en los problemas envolviendo Modus Tollens. Los ninos sin escolaridad obtuvieron resultados menores que los escolarizados. Sin embargo, esta diferencia no fue tan fuerte como aquella relatada por Scribner (1977) donde los ninos sin escolaridad obtuvieron bajos resultados adoptando una inclinación empírica. En nuestro estúdio, a pesar de los ninos sin escolaridad haber recurrido frecuentemente a justificativas arbitrarias, estos adoptaron una actitud teórica cuando fue usada Ia condición de fingir.Downloads
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Publicado
01-01-1993
Como Citar
DIAS, M.; ROAZZI, A. Raciocínio Lógico e Escolarização. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 74, n. 176, 1 jan. 1993.
Edição
Seção
Estudos
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