Análise do eixo da oralidade na Proposta Curricular de Língua Portuguesa da rede municipal de ensino de Juiz de Fora (MG)
Resumo
Este artigo apresenta análise da concepção e das práticas escolares de oralidade na Proposta Curricular de Língua Portuguesa da rede municipal de ensino de Juiz de Fora (MG). Toma como base os pressupostos teóricos do interacionismo sociodiscursivo, conjugado à perspectiva do continuum oralidade–letramento, bem como os eixos propostos para o trabalho com a oralidade em sala de aula, por meio dos quais se defende o ensino da oralidade com vistas a uma formação cidadã. Fundamentando-se em uma concepção interacionista de linguagem, consideram-se os gêneros como objetos de ensino, que carregam significações sociais e orientam a ação de linguagem. Na escola, para que seja possível ampliar as capacidades de linguagem dos alunos, os gêneros trazem a possibilidade de aprendizagem por meio de situações discursivas reais. Propõe-se análise documental, estabelecendo categorias baseadas nos pressupostos orientadores do trabalho didático com a oralidade. Os dados indicam que: a) o documento apresenta uma concepção interacionista de linguagem, alinhando-se aos princípios do interacionismo sociodiscursivo; b) tal concepção sustenta uma proposta de ensino de oralidade embasada na perspectiva do continuum e articulada à visão não dicotômica da relação oral-escrito; e c) os gêneros textuais são centrais no desenvolvimento de capacidades de linguagem, configurando-se uma proposta de aprendizagem do oral autônomo. Não obstante, os dados revelam ausência de indicação de atividades sobre retextualização e reflexão linguística no eixo da oralidade, evidenciando predominância da produção oral.
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