A construção do projeto bilíngue para surdos no Instituto Nacional de educação de surdos na década de 1990

  • Sonia Lopes UFRJ
  • Geise Freitas Universidade Federal do Rio de Janeiro

Resumo

Divulga os resultados de uma pesquisa que procurou desvelar as redes de poder que estiveram em jogo no Colégio de Aplicação do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), por ocasião da tentativa de construção de um projeto de educação bilíngue para surdos, na década de 1990. A investigação debruçou-se sobre as ações protagonizadas por agentes escolares que visavam reconceitualizar a visão sobre a surdez e os surdos, retirando-os da esfera da deficiência, inscrita na concepção oralista, apostando em um modelo socioantropológico de educação de surdos. Operou-se com conceitos como o de campo social e capital, entendidos na acepção de Pierre Bourdieu, intercambiados com os conceitos de tática e estratégia, nos termos propostos por Michel de Certeau. Utilizou-se a metodologia da história oral, e as entrevistas produzidas foram trianguladas com outras fontes documentais encontradas no arquivo permanente do Ines. Inferiu-se que, apesar de o bilinguismo ter assumido centralidade no projeto político-pedagógico da instituição desde 1996, existe ainda um longo caminho a percorrer entre as intenções do currículo oficial e as daquele presente no cotidiano do Ines.

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Publicado
24-08-2016
Como Citar
LOPES, S.; FREITAS, G. A construção do projeto bilíngue para surdos no Instituto Nacional de educação de surdos na década de 1990. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 97, n. 246, 24 ago. 2016.
Seção
Estudos