Ensino de Língua Portuguesa escrita na educação bilíngue de surdos: questões de professores da Baixada Fluminense
Resumo
A Lei nº 10.436/2002 e o Decreto nº 5.626/2005 determinam o ensino de língua portuguesa escrita para surdos, o que é corroborado pelo Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024. Essas determinações impactam a formação docente e o fazer pedagógico nos anos iniciais, especialmente em contextos bilíngues e em espaços geograficamente identificados como periferias urbanas. Este artigo, de caráter original, discute como professores que atuam em salas de aula inclusivas e bilíngues percebem os desafios decorrentes do ensino de língua portuguesa escrita para surdos. Com base em princípios da pesquisa-ação, analisaram-se narrativas de professores dos anos iniciais da educação bilíngue de surdos da Baixada Fluminense. Buscou-se, nessas narrativas coletadas em um curso de extensão sobre ensino de português escrito como segunda língua, mapear concepções e expectativas dos professores em relação à aprendizagem de português escrito por surdos. Os resultados permitem, na concepção dos professores, apontar questões como: a essencialidade do entendimento da aprendizagem do português escrito por alunos surdos, na perspectiva da interculturalidade, como forma de ampliar horizontes culturais e de relacionamento com os outros; a necessidade de espaços de compartilhamento de saberes e fazeres docentes; o resgate de conhecimentos que permitam pensar pedagogicamente sobre saberes e fazeres; e o destaque do planejamento e de proposição de atividades que atendam às especificidades do ensino de português escrito como segunda língua para surdos (PL2S).
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