A gestão das IES privadas sem fins lucrativos diante dos tensionamentos da mercantilização da educação superior e o caso das universidades comunitárias regionais: a caminho do hibridismo?
Resumo
O artigo resulta de estudo de campo de universidades comunitárias regionais do Rio Grande do Sul, um segmento dentre as instituições privadas sem fins lucrativos brasileiras. Está contextualizado no processo de mercantilização da educação superior, marcado pelo crescimento intenso das instituições de educação superior (IES) com fins lucrativos, a partir do qual o setor privado em sentido lato ganhou novas feições, tensionando as tradicionais instituições sem fins lucrativos a comportamentos de mercado. Analisa as mudanças no modelo de gestão das universidades comunitárias diante do novo contexto e em que medida ainda há espaço para o princípio da colegialidade. A pesquisa ocorreu em quatro universidades, por meio de entrevistas com 12 gestores e pesquisadores, 3 de cada IES. A reflexão sobre os dados inspirou-se na análise de práticas discursivas. Tendo como referência o conceito de universidade híbrida, identificou-se que as IES comunitárias revelam preocupações com a profissionalização da gestão e a superação de um modelo demasiadamente semelhante ao das IES públicas estatais, evidenciando trajetória de aproximação com uma perspectiva empresarial. Porém, estão empenhadas em preservar a colegialidade, embora deva ser revista a forma como esta se efetiva dentro das IES, de modo a torná-las mais ágeis e próximas da realidade. Há potencial para acomodar um modelo híbrido, capaz de equilibrar a aproximação ao mercado com a preservação dos valores da educação superior como bem público.
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