Modelos de valor agregado no ensino superior: uma contextualização histórica da experiência brasileira
Resumo
A avaliação da qualidade das escolas tem sido objeto de pesquisas de economistas, educadores, formuladores de políticas e vários stakeholders em todo o mundo. No Brasil, o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes) é uma iniciativa que busca avaliar os programas de graduação do País, seus professores e o desempenho dos estudantes, além de fornecer indicadores de qualidade que explicam a diferença entre esses programas. Um deles é o Indicador de Diferença entre Desempenhos Observado e Esperado (IDD), que mede a contribuição de um programa de graduação para o desempenho dos seus estudantes. Desde 2006, os legisladores vêm mudando a metodologia de cálculo do referido indicador, buscando aprimorá-la como uma medida precisa do valor agregado. Esta pesquisa tem como objetivo discutir essas alterações e seus impactos no ranking dos cursos de graduação em Contabilidade no Brasil. Um design quantitativo foi utilizado para testar quatro modelos de valor agregado registrados nos históricos do IDD e para identificar o impacto dessas mudanças metodológicas. A amostra foi composta por 30.668 estudantes de 911 cursos de Ciências Contábeis. Os resultados mostram que o modelo atual é mais preciso do que os anteriores. No entanto, tanto a literatura quanto os resultados indicam que o modelo pode ser aprimorado com a introdução de variáveis explicativas para o desempenho acadêmico que não podem ser controladas por instituições de ensino superior. O IDD ainda é inadequado porque considera todas as instituições e todos os estudantes como iguais.
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