A formação leitora do jovem e o consumo dos livros em série

  • Ana Claudia e Fidelis Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Resumo

Desde o boom de Harry Potter, discute-se o possível desequilíbrio entre a questão do valor da obra, a representatividade junto ao leitor e a formação leitora. Vê-se uma arena de debate em que as instâncias legitimadoras do literário se realinham para compreender o apelo de obras em que universos mágicos são utilizados para tratar de temas caros ao adolescente. É possível pensar em formação leitora quando se trata da imersão nesse universo literário? A questão não se restringe à comparação com os chamados clássicos da literatura, visto que os critérios de apreciação e de regulação dos sistemas literários podem ser diversos, considerando os modos de regulação de cada sistema. Para refletir sobre o processo formativo dos jovens, é preciso compreender o campo literário como um sistema múltiplo, formado por diversos microssistemas, entre eles a literatura de mercado e a literatura infantojuvenil. Tendo como corpus de análise uma série – A seleção, de Kiera Cass –, pretende-se refletir sobre os protocolos de leitura que permitem ao jovem compreender convenções próprias do universo literário e critérios de apreciação dessa comunidade de leitores, formada a partir dos tecidos narrativos construídos pela obra e por comunidades “fanfiqueiras”, por exemplo.

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Publicado
18-06-2019
Seção
Pontos de vista - O que pensam outros especialistas?