Infância e espaços urbanos: perspectivas de pesquisa e intervenção
Resumo
O percurso dos estudos da infância é apresentado por meio de análises teórico- bibliográficas que se concentram em geografia, arquitetura e urbanismo; no diálogo que essas áreas estabelecem com os referenciais teórico-metodológicos dos estudos da infância; e, no campo interdisciplinar desenvolvido a partir do final do século 20. Desde a década de 1970, as relações da criança com a cidade têm sido contempladas na geografia, configurando um campo específico. Nas pesquisas urbanísticas e na produção arquitetônica, desde meados do século 20, há propostas urbanas que, apesar de pontuais, incluem as crianças. Observa-se um crescente volume de programas e planos urbanos que focam a criança nos espaços públicos e a sua mobilidade na cidade. No Brasil, o interesse pelo tema baseia-se no entendimento de que a reprodução da desigualdade da estrutura social ancora-se na experiência de segregação vivida desde a infância. Educar para a vida adulta implica refletir sobre as estratégias de desenvolvimento da cidadania que envolvam formas de convívio intergeracional e interclasse desde a infância, e, também, como essa segregação é reproduzida nas interações e nos espaços sociais.
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