Abordagem das desigualdades de gênero e diversidade sexual em sindicatos de trabalhadoras/es em educação: o caso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)

  • Márcia Ondina Vieira Ferreira Universidade Federal de Pelotas (Ufpel). Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
  • Andréia Orsato Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul). Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
  • Luciano Pereira dos Santos Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. 
  • Márcia Cristiane Völz Klumb Coronel Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. 

Resumen

Estudos sobre gênero e diversidade sexual em organizações sindicais do campo educacional ainda são incipientes, e os que existem se voltam especialmente à participação sindical das mulheres, sem discutir as concepções das organizações sindicais. Algumas análises atribuem motivos para tais lacunas: sendo os sindicatos instituições “públicas”, existem para a atuação masculina; ou estão centrados em lutas consideradas de caráter universal, portanto, as ações ligadas a políticas de gênero seriam secundárias e até mesmo prejudiciais. Contudo, nas últimas duas décadas, as discussões têm avançado, sendo possível encontrar políticas sindicais mais atentas às questões de gênero e sexualidade, paulatinamente incorporando que diferenças em relação a gênero e orientação sexual são componentes de processos de distribuição de poder e desigualdade social. Buscando colaborar com a compreensão desse tema, o artigo tem por objetivo examinar atribuições e competências das secretarias voltadas a gênero e diversidade sexual em 25 sindicatos filiados à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE/Brasil), identificando se suas/seus dirigentes são do sexo feminino ou do sexo masculino. Os dados foram coletados por consulta aos estatutos das organizações e nominatas de suas diretorias, obtidos nas páginas web , por e-mail ou contato telefônico. Em suma, foi verificada a presença absolutamente majoritária de mulheres nas coordenações das secretarias, que têm atribuições, competências e nomenclaturas muito variadas, bem como um número muito pequeno de menções a questões relativas à diversidade sexual. Isso parece indicar, por um lado, uma representação ainda existente sobre supostas competências de homens e de mulheres, delegando a essas últimas cargos considerados de menor prestígio político. Por outro lado, denota um estágio ainda inicial dos debates a respeito, pois parece haver uma aceitação maior da institucionalização das questões relativas a gênero/mulher quando comparada com o debate sobre diversidade sexual, indicando nova clivagem e invisibilidade e/ou desconsideração das diferenças em termos de orientação sexual e identidade de gênero. 

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Biografía del autor/a

Márcia Ondina Vieira Ferreira, Universidade Federal de Pelotas (Ufpel). Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.

Doutora em Sociologia pela Universidade de Salamanca. Salamanca, Espanha.

Andréia Orsato, Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul). Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.

Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

Luciano Pereira dos Santos, Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. 

Doutorando em Educação na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.

Márcia Cristiane Völz Klumb Coronel, Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. 

Doutoranda em Educação na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.

Publicado
02-08-2018
Cómo citar
ONDINA VIEIRA FERREIRA, M.; ORSATO, A.; PEREIRA DOS SANTOS, L.; VÖLZ KLUMB CORONEL, M. C. Abordagem das desigualdades de gênero e diversidade sexual em sindicatos de trabalhadoras/es em educação: o caso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Revista Brasileña de Estudios Pedagógicos, v. 99, n. 252, 2 ago. 2018.
Sección
Estudios