Longe de ser “neutra”, “objetiva” e “técnica”, a área de avaliação em línguas, no campo da Linguística Aplicada, é, como não poderia deixar de ser, historicamente situada e, como tal, indissociável da conjuntura sócio-política em que se constitui. Contemporaneamente, têm-se fortalecido pesquisas que concebem exames de línguas − diagnósticos, de nivelamento, de rendimento, de proficiência, de entrada − como instrumentos de política linguística que, entre outros efeitos, podem:
– redirecionar materiais didáticos, currículos, práticas de ensinoaprendizagem e políticas educacionais oficiais;
– intervir nas representações dos sujeitos sobre as línguas que fazem parte de seu repertório e sobre o conhecimento que têm delas;
– promover ou silenciar línguas, definindo, inclusive, o que é, ou não, considerado um idioma;
– funcionar como instrumentos de punição;
– permitir ou impedir o acesso a certos espaços ou a ocupação de determinadas posições sociais.