Estudos curriculares, história do currículo e teoria curricular: a razão da razão
Resumo
Palavras como “aprendizagem”, “empoderamento”, “resolução de problemas”, “autorrealização”, “comunidade” etc. tornam-se inteligíveis e “razoáveis” conforme regras e padrões historicamente formados que ordenam, classificam e dividem o que é “visto” e realizado na escolarização. Essas regras e padrões de razão são efeitos de poder e do político da escolarização. A primeira sessão analisa essa noção do político e a razão, considerando o currículo como um duplo gesto. A frase “todas as crianças podem aprender” ilustra esse duplo gesto. A palavra “todas” assume a unidade do todo, que diferencia e divide o cosmopolitismo da criança (isto é, o aprendiz ao longo da vida) e da criança “deixada para trás”, que é diferente e pode “nunca estar na média”. Finalmente, examina-se como a noção de pesquisa, que busca o conhecimento “útil” ou “prático” para modificar a escola, inscreve esse duplo gesto e, irônica e paradoxalmente, assume um consenso que estabelece a hierarquia que separa o pesquisador daqueles que devem ser pastoreados. Explorar o sistema de razão nos estudos do currículo torna visíveis os limites do presente, e, mediante esse engajamento crítico, torna possíveis outros futuros.Downloads
Não há dados estatísticos.
Publicado
18-06-2019
Edição
Seção
Pontos de vista - O que pensam outros especialistas?
A aceitação do texto implica automaticamente a cessão de seus direitos autorais ao Inep.
A revista Em Aberto adota a licença CC-BY.
A reprodução total ou parcial dos textos da revista é permitida desde que citada a fonte de publicação original e o link para a licença CC BY 4.0 e que sejam indicadas eventuais alterações no texto.