Caros leitores,
A pluralidade expressiva das crianças nos diversos ambientes, seja nas instituições educativas, seja nos demais espaços em que estão inseridas, deixa marcas das narrativas infantis e de suas contribuições para com a cultura.
Viver o processo criativo demanda pesquisas, investigações e experiências com diversos materiais e com o próprio corpo para que se possa representar, compreender e se expressar diante do mundo. Sabe-se que o homem é um ser simbólico e que por meio das linguagens dialoga com as sensibilidades, com a imaginação e com os sentimentos (Martins; Picosque; Guerra, 1998). Atento a esta temática, este número da revista Em Aberto, intitulado “Linguagens artísticas e expressivas das crianças pequenas”, se propõe a recuperar diálogos acerca das múltiplas linguagens das crianças, de forma que elas possam construir suas próprias narrativas e sejam valorizadas e compreendidas em suas expressões – por meio de práticas corporais, simbólicas, musicais, teatrais, plásticas e quantas outras interlocuções brincantes desejarem fazer.
Cabe mencionar que as linguagens, juntamente com as brincadeiras e interações, compõem a ação pedagógica na educação infantil. Considerar as crianças como criadoras em sua potência – envolvendo ações que as percebam em sua inteireza – e também respeitar e valorizar suas impressões, ideias, interpretações e o fazer artístico, demanda oportunizar a elas o acesso e o contato com suas diversas linguagens. A infância persiste na educação infantil em seus modos e singularidades de ser, criar, brincar, fazer, sonhar. Desconsiderar as crianças no processo educativo a fim de priorizar a escolarização contrapõe o que é essencial para as crianças neste momento. Elas precisam de espaços e tempos previstos para explorar, observar, sentir, agir, investigar e construir sentidos sobre o mundo.