Este número apresenta vários estudos que foram realizados no âmbito do Observatório da Educação, os quais, propostos como artigos no sistema online de recepção da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (RBEP), foram devidamente analisados, em avaliação cega, pelos consultores científicos ad hocs da Revista, merecendo indicação de publicação. São nove trabalhos que trazem estudos aprofundados sobre problemas candentes da educação brasileira e cujos resultados podem sinalizar para a construção de políticas mais efetivas que venham a incidir sobre esses desafios na direção de melhoria da qualidade da educação no País. Parte desse conjunto de artigos trata de questões da educação básica, abordando o impacto da pobreza no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a repetência escolar nos anos iniciais, o aprimoramento da Provinha Brasil como instrumento de diagnóstico do nível de alfabetização e de letramento nas séries iniciais e questões relativas ao desempenho dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em cada uma das regiões brasileiras. Sobre os professores da educação básica, os artigos apresentam análise das práticas e das reflexões de docentes em uma pesquisa longitudinal e estudo sobre a formação continuada para professores dos anos iniciais da educação básica, mediante ações voltadas para municípios com baixo Ideb. No que se refere ao ensino, um dos textos aborda as políticas de material didático no Brasil, focando a organização dos processos de escolha de livros didáticos em escolas públicas; outro analisa os “ambientes de aprendizagem” que podem possibilitar transformações no ensinar e no aprender; e outro se dirige à sala de aula da disciplina Matemática, com estudo sobre o uso da modelagem matemática nos anos iniciais do ensino fundamental. Todos esses artigos discutem tensões e impasses educacionais que chamam pela atenção de políticas específicas, desde as relativas a bolsões de pobreza que necessitariam de ações educacionais bem dirigidas e com foco, uma vez que a heterogeneidade do País é patente e tem lugares geográfico-históricos demarcados, até aquelas do cotidiano escolar. Não é de hoje que essa realidade desigual é apontada, e, para ela, reivindicam-se políticas de ação mais efetivas. Nesse sentido, as reflexões finais do primeiro artigo deste número da RBEP, sobre o impacto da pobreza na educação do povo, ecoam como um apelo por maior sensatez na educação. Por isso, finalizamos reproduzindo uma dessas reflexões: “A despeito da realidade reprodutivista que este trabalho aponta, não se enxerga a escola negativamente, muito ao contrário. A escola é uma das instituições mais importantes para o atual estágio civilizatório, tanto para a sociedade como para o sujeito, pois auxilia na socialização crítica e na proteção e garantia dos direitos dos alunos, especialmente dos mais pobres.”

Editoria Científica

Publicado: 20-08-2013

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